Mais um grupo aliado do casal “Garotinho” mostra sua verdadeira face de forma clara e indelével. Os Cozzolinos, uma verdadeira organização criminosa familiar que se apoderou da cidade de Magé no Rio de Janeiro.
Já denunciada por inúmeras irregularidades e respondendo a vários processos na justiça eleitoral e no ministério público; os crimes da prefeita e de seus familiares, vão da tradicional compra de votos, passando pelo roubo de dois pênis de borracha (isso mesmo: consolos); que eram usados em aulas de planejamento familiar e prevenção a AIDS; roubo de equipamentos de informática da prefeitura; desvio e roubo de documentos públicos da procuradoria do município; desvio de verbas e fraudes diversas.
Como toda boa família dos filmes de máfia, eles atuaram em todas as esferas e de várias maneiras. O rombo é quase incalculável. Até pessoas não ligadas a prefeitura, mas integrantes da família, davam ordens e participavam de licitações fraudulentas. Uma das gravações é de uma conversa entre um tal de André e um outro de apelido Tico. “André” seria o empresário André Wertonge Teixeira e “Tico”, o assessor da prefeita de Magé de nome Adilson Corrêa Tavares. A conversa gira em torno da compra de um tomógrafo superfaturado para o município. E os dois já estão presos. Essas escutas dão o tom lamentável do que vai pela cabeça dessa gente.
Leia a transcrição retirada do Jornal O DIA:
Dr. André: “Eu quero mais é que você ganhe dinheiro, e você tem que querer que eu ganhe também. Tem que ser um negócio bom pra todo mundo, até porque é um dinheiro público, não tem dono, né? É dinheiro da prefeitura, então tem como dar uma margem e você ganha um dinheiro, eu ganho um dinheiro, todo mundo ganha!”
Em outra gravação, o secretário de Administração de Santo Antônio de Pádua, Tarcísio Padilha, conversa sobre compra de votos com um vereador que tentará a reeleição.
Tarcísio: “Você não precisa nem sair de casa. 300 (votos) eu te garanto”.
Vereador: “Mas nós vamos coligar com outro partido”.
Tarcísio: “É o seguinte: o voto vai custar 50 ‘pau’. Eu vou ter que gastar com você R$ 150 mil”.
Esse, meu caro leitor, é o resultado de deixar-se influenciar por propagandas, rostinhos bonitos, “cheques isso”, “cheques aquilo”, pelo seu pastor, pelo seu padre, ou de votar sem nem saber quem é a pessoa a qual você está confiando sua vida. O eleitor tem que se acostumar a acompanhar seu eleito. Cobrar um desempenho satisfatório e puni-lo, com a não reeleição, caso não tenham se empenhado suficientemente.
Casos como este, ao contrário de exceção, são a regra pelas prefeituras por aí. Uma população omissa e que abre mão de seu poder; quer por ignorância, quer por comodismo, compactua com essa roubalheira e essa visão distorcida de que dinheiro público não tem dono. Quantos cidadãos tiveram suas vidas ceifadas, pela falta de um tomógrafo ou de verbas que proporcionassem um atendimento médico decente em Magé? Essa é a face mais cruel do desvio de verbas. Enquanto uns enriquecem e refestelam-se com a coisa pública, outros morrem a míngua. Sem ter sequer o mínimo necessário para sobreviver.
A verdade é que, continuando como está, eles sempre ganharão. Afinal, como disse o “Dr. André” – “…você ganha um dinheiro, eu ganho um dinheiro, todo mundo ganha!”
Mas você já sabe quem perde nessa história; não é?