Tudo em Um um giro pela blogosfera [www.tudoemum.com.br]
ESN: 16675-080201-838850-87
E finalmente a verdade veio a descoberto. Foi protocolada hoje (04/06/09) , pelo deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), a proposta de emenda constitucional que dá a chance de Lula concorrer a mais um mandato presidencial.
Essa é uma proposta especialmente emblemática porque joga o país na vala comum das republiquetas que mudam as regras do jogo eleitoral ao sabor da maré. E, ao mesmo tempo, mostra que quando Lula diz “não” ao terceiro mandato; na realidade diz “sim” e na surdina trabalha contra a candidatura de sua pupila (a ministra Dilma) e deseja apenas impor-se ao país com toda a autoridade que conquistou através do bolsa família. Por outro lado, mostra com clareza total o oportunismo fisiológico e danoso de um partido que alcançou o ápice do poder e da dominação nacional sem sequer ter lançado um candidato nas últimas eleições: o PMDB.
Lula foi responsável por conquistas e avanços impressionantes durante seu governo. Mas, a alternância do poder, é benéfica para a democracia porque elimina vícios e corrige mazelas que tornam a máquina governamental lenta e viciada. Não é saudável para um país que um determinado partido ou grupo de pessoas se ache dono de suas instituições e de seu povo. Se o governo Lula foi realmente o melhor e se é preferido pelo povo, nada impedirá que ele eleja um sucessor. Seja a ministra Dilma ou qualquer outro. (Que, é claro, entregará o governo ao PMDB mais uma vez)
Recebi do leitor Leonardo Monteiro do Blog Caelis um e-mail contendo um link para este artigo. Se você o ler com atenção, verá que é um artigo ufanista que declama as várias conquistas produzidas por Lula durante seus dois mandatos. É claro que tudo ali é verdade. Contudo, fica claro também que falta, ao autor do artigo, uma certa visão crítica da coisa. Se nós analisarmos realmente as conquistas do governo Lula, veremos que algumas das tão alardeadas realizações são meras maquiagens de situações que escondem corrupção, gastos não prioritários e muita coisa errada. O próprio PAC é um bom exemplo: passados dois anos e muito dinheiro gasto, pouquíssima coisa foi realmente concluída (cerca de 3% das obras) e, atento a isso, o governo prepara uma maquiagem geral onde pretende retirar algumas obras da relação original para “aumentar percentualmente as obras concluídas”. Isso é certo? Isso é digno? Isso merece ser varrido para baixo do tapete? Eu acho que não.
Ao ler o artigo, me lembrei do premiado comercial da Folha de São Paulo (intitulado Hitler) em que o slogan “matador” era: “É possível contar um monte de mentiras, dizendo apenas a verdade”. O slogan era uma referência às inúmeras realizações de Adolf Hitler frente ao governo do Terceiro Reich e de seu interesse pelas artes e pela cultura. Lógico que não há qualquer comparação possível entre o nosso presidente e o ditador alemão. Mas a ideia do comercial é ressaltar como aspectos positivos de uma pessoa ou de um governo podem ser usados para manipular e subverter a realidade. Veja o comercial no vídeo abaixo:
Link para o vídeo
Outro exemplo clássico da manipulação que podemos ressaltar é o programa Bolsa Família. Algo que foi, inicialmente, concebido para ser um programa libertador e criador de oportunidades para os que mais necessitavam; acabou se transformando em muleta política para os candidatos e em cabresto para os eleitores miseráveis. Ao deixar de exigir a participação dos assistidos, através da frequência em aulas e cursos profissionalizantes (como era o objetivo inicial do programa); o Bolsa Família passou a ser apenas uma esmola que transformou os miseráveis brasileiros em reféns do governo. Duas provas disso foram dadas recentemente: a primeira nas eleições presidenciais passadas (quando a simples menção de que o PSDB acabaria com o Bolsa Família fez a rejeição a Alkmin explodir) e a segunda quando, em meados do ano passado, Lula resolveu aumentar o universo dos assistidos e sua popularidade aumentou na exata proporção.
O que acontece com o Bolsa Família é que o programa acabou tornando-se a única opção de renda dessas pessoas e, como não são oferecidos cursos profissionalizantes e nem apoio a geração de emprego e renda nas localidades atendidas, o povo continua escravo da esmola governamental para sempre. Sendo o programa o maior impulsionador de candidaturas desde os tempos em que comprar votos era só dar uma dentadura ou um pé de chinelo.
São justamente esses vícios e essa opção pelo caminho mais fácil (além da maquiagem e da negação eterna de que seus aliados estão envolvidos com todo o tipo de corrupção) que fizeram de Lula um desapontamento para mim. Votei nele desde sua primeira candidatura à presidência e confesso que esperava dele uma postura mais próxima a que ele pregava no passado. Vendo-o hoje, abraçado e tecendo elogios, a figuras como Collor, Sarney e Renan Calheiros; me pergunto como as pessoas podem mudar tanto.
E é justamente por isso que sou contrário a um terceiro mandato. Mesmo reconhecendo os avanços; devemos reconhecer também os vícios e os defeitos graves da administração Lula. A mudança (mesmo que para um governo Dilma) talvez seja a solução para remover o marasmo e impulsionar nosso país ainda mais em direção ao futuro brilhante que esperamos há tanto tempo. Do jeito que vai, nem Nostradamus conseguiria prever o futuro inquietante de nossa nação ao mergulharmos num regime eterno e recheado de componentes “chavistas e bolivarianos”.
E você leitor, o que pensa disso?
No Tags%5d.gif)
Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Visão Panorâmica. A reprodução só é permitida com autorização expressa do autor. Solicite através daqui:arthurius_maximus@visaopanoramica.com
LULA, NOSTRADAMUS, O TERCEIRO MANDATO E O INQUIETANTE FUTURO.
