Independente da área profissional, sempre nos deparamos com pessoas que possuem problemas de relacionamento, dessa vez nosso ponto de referência não é nosso superior (chefe), e sim nossa própria equipe e ambiente de trabalho. Quando entramos numa empresa, o conceito de equipe é definido como um alvo direto, um conceito a ser respeitado, caso contrário não nos encaixamos no perfil desejado e logo somos substituídos. Passam-se alguns meses e vamos percebendo que toda essa mágica que nos foi apresentada era apenas um conceito ainda não alcançado, mas que, teoricamente, devemos respeitar e até mesmo fazer como se existisse, como uma prática verdadeira. Palavras são palavras, lançadas ao ar, sendo que na prática, é cada um por sí.
Essa é a realidade de muitas empresas brasileiras, senão a maioria. A princípio percebemos, ficamos indignados, mas acabamos nos acostumando, afinal, fazer o que? se tentarmos mudar, pode parecer rebeldia; se lançarmos mão, pode ser recebido como desleixo: primeiro para com o próprio trabalho, segundo para com a equipe. Não levo em consideração os problemas rotineiros que acabam nos afrontando. Esses afinal, são nossos desafios a serem vencidos, como profissional, é nosso dever.
O que levo em consideração aqui é quando essa “equipe” é apresentada, como não é fato, alimenta-se um grande descontentamento e então começam os conflitos internos, gerando problemas entre os membros da equipe. Seguindo essa linha, me responda, você já passou por uma situação onde, precisando de uma “mão” (por ser uma equipe), torna-se impossível essa convivência interpessoal com determinada pessoa? pois bem, junte-se ao clube, isso é muito comum hoje em dia, muito mesmo! É um jogo, uma competição sem fim, infelizmente. Um jogo de empurra empurra e “sai pra lá que o espaço é meu”. Livre-se disso, saiba como.
Imagine-se nesse contexto, estamos num ambiente completamente comprometido e a comunicação é praticamente impossível. Como disse, uma realidade comum, mesmo entre duas pessoas. Você pode estar vivendo isso.
Construa seu ambiente de trabalho e leve outras pessoa consigo, ajude-as. O primeiro passo é saber diferenciar duas palavrinhas: indignação e raiva (ou vingança). Você DEVE se indignar com esse tipo de situação em sua equipe, isso mesmo! Não se conforme! Mas não deixe que isso te domine, a raiva ou sentimentos de vingança, por mais que levem sua alma a um estado de satisfação, pode conduzi-lo a “cavar sua sua própria cova”. Mantenha-se calmo, é difícil sim, principalmente quando se trata de injustiça, mas saiba que se você plantar mansidão, colherá reconhecimento e principalmente pessoas a seu favor.
O segundo passo é fazer a diferença. Pense, o que todos fariam? o que você faria num estado de nervos? seu maior desafio pessoal é saber quem realmente é em momentos como esse, domine-se, mostre a você mesmo que é capaz de fazer a diferença no meio de uma tempestade. Mas cuidado, seja cauteloso, pois o objetivo aqui é amenizar a situação e não atingir o outro lado ao perceber sua calma, assim podemos piorar, afinal, o cujo não conseguiu “atingir você” (estamos falando de orgulho, certo?). Não demonstre calma como forma de vingança, seja sincero, ético e profissional, se necessário saia da sala com toda a calma para que aquele momento se esfrie.
Após o “tornado” ter passado, continue seu trabalho. Você sabe que por mais que a situação tenha se esfriado, o clima permaneceu, completamente incomunicável. Sua missão continua.
Reverta a situação
Não pense somente do seu lado, visualize como um todo, esse é o caminho. Analise o outro lado e não dê qualquer tipo de abertura para possíveis brincadeiras que possam elevar a seriedade do conflito. Considere como se tudo estivesse bem delicado. Se estamos falando de uma situação embaraçosa entre duas pessoas e considerando que te faça alguma pergunta, olhe com firmeza em seu olho, como se realmente quisesse ajuda-lo (e você quer) e responda como um bom profissional. Cuidado com o olhar, tenha certeza de que ele não vá receber como um insulto.
Procure por dias não tocar no assunto que gerou todo o clima. Um “bom dia” em todas as manhãs faz toda a diferença. Chame-o pelo nome. Talvez o mais difícil nessa reconstrução seja a humildade, você consegue? não leve nada para o lado pessoal caso haja uma recaída. Apenas converse. Eu mesmo já passei por isso algumas vezes. Procuro ficar na minha e sem muito papo, só o essencial e olha lá.
Sabe o que faz piorar? quando jogamos no ar uma intenção de competitividade para alimentar aquela vingancinha malvada. Inconscientemente tudo isso é captado pelas pessoas ao nosso redor e com certeza faz toda a diferença, negativamente. Dessa forma, cuidado para que isso não aconteça, tenha em mente o que você deseja, um ambiente melhor para se trabalhar.
Para finalizar, gostaria de ressaltar uma última coisa: somos seres humanos! A formação de nosso ambiente de trabalho pode ser prejudicada justamente por essa natureza gananciosa. Cuidado, fique sempre alerta. Nós temos a capacidade de parar e pensar antes de qualquer atitude. Somos capazes também de ter sucesso em transformar o nosso cantinho no “melhor do mundo”. Precisamos somente de uma pitada de bom senso, ética, educação e domínio próprio.
Abração e até a próxima,
Daniel Accorsi