A paixão é um sentimento de ampliação quase patológica do amor. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio.
Pode-se dizer também que paixão é algo muito mais passageiro, que após a paixão, vem o amor, que é um sentimento muito mais forte e duradouro.
O sentimento exacerbado entre duas pessoas, é um exemplo de uma paixão. A paixão pode ultrapassar barreiras sociais, diferenças de formação, idades e gêneros. A paixão completamente correspondida causa grandiosa felicidade e satisfação ao apaixonado, pelo contrário qualquer dificuldade para antigir essa plenitude pode trazer grande tristeza pois o apaixonado só se vê feliz ao conseguir o objeto de sua paixão.
Existem pesquisas científicas nesse âmbito, que mostram que a paixão, apesar de intensa e arrebatadora, é um sentimento passageiro. Estima-se que a mesma não dure por mais de quatro anos. Adolescentes estão mais sujeitos a apaixonarem-se, devido ao pouco conhecimento de mundo entre outras coisas, o que não significa que pessoas de maior idade não estejam passíveis de tal sentimento. O que ocorre é que a pessoa adulta, por ter maior conhecimento de mundo, por ter vivenciado maiores experiências, não estará tão sujeita a perder a razão e deixar-se dominar pelo peso do sentimento.
Literatura
São variados os textos literários que abordam o tema. Dentre eles, destacam-se Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, em que o protagonista Werther, ao ver perdidas todas as esperanças de obter Carlota, beija apaixonadamente as armas em que sua amada tocara e, com elas, acaba com a própria vida. O romance de 1776 provocou uma série de suicídios na Alemanha, entre jovens que, dizia-se, inspiraram-se no personagem devido ao peso do sentimento não correspondido. Outra obra em que a paixão é abordada é Romeu e Julieta, de Shakespeare, onde os dois jovens se apaixonam contra o permitido pelas suas famílias e sem possibilidade de as enfrentar. Sem conseguir desistir daquele relacionamento, o resultado é a falhada tentativa de fuga e o consequente duplo suicídio.
Bases biológicas
Segundo recentes estudos de Donatella Marazziti (2007, Livro Natureza do Amor), a paixão se caracteriza, do ponto de vista biológico, por uma liberação contínua de alguns neurotransmissores como Dopamina e Noradrenalina. A Amígdala tem um papel central neste processo, pois é desta região que emana alguns dos sentimentos mais instintivos. Esta tempestade bioquímica está relacionada com um índice mais baixo de Serotonina do que em uma população normal, sendo semelhante ao nível deste neurotramissor nos portadores de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o que explicaria os pensamentos obsessivos da pessoa a qual se está apaixonado. Estes níveis bioquímicos explicam por que a pessoa tende a perder a razão, enquanto em estado de apaixonamento. Este mecanismo é semelhante ao de algumas drogas, como a cocaína, sendo necessário para a perpetuação da espécie, pela atração. Além destes neurotransmissores citados, há a participação de outras substâncias, tais como Oxitocina e Vasopressina, que estão relacionadas com o amor e as sensações de segurança e calma derivadas deste sentimento¹.
Este sentimento traduz-se também em não pensar na pessoa amada numa segóvia.
Fonte: Wikipédia