A EDUCAÇÃO, O HINO, A CLASSE MÉDIA E A CARA-DE-PAU.

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O Ensino Público É Uma Farsa

Quando escrevi um artigo aqui sobre a desqualificação dos professores do ensino público brasileiro e critiquei a figura do professor leigo como um dos grandes absurdos de nossa política educacional (no artigo FARSAS, ESCOLAS E ÍNDICES), eu mencionava que não adiantaria pagar um salário de “milhões de dólares” para os professores que a educação brasileira não melhoraria. Além disso, falava que os problemas têm como causa toda a cadeia de participantes: as famílias que não se interessam, professores desqualificados e desinteressados, políticos que manipulam índices para que a educação seja um lixo (mantendo sempre uma massa de escravos servis e sem esperanças que se curva e aceita tudo) e toda uma gama de estudiosos da era pós-ditadura que usaram de um certo revanchismo para jogar por terra algumas coisas interessantes que o regime militar fez pelo currículo escolar.

Esse artigo foi um dos recordistas de acessos (mais de 12.000 num único dia) e teve mais de 100 comentários. O que me pareceu estranho é que alguns professores se sentiram ofendidos e atacados por ele. Ofensas diversas foram feitas e tentativas de se apontar culpados que os eximissem uma rotina quase absoluta. Poucos os que concordaram com o espírito do artigo e ousaram opinar além do corporativismo sindical.

O que, aparentemente, esses críticos ferozes se esqueceram de analisar foi… a realidade. Como a recente pesquisa que mostrou ser correta a minha visão. Apontando que mais de 20% dos professores brasileiros não poderiam estar nas salas de aula. Além disso, uma grande parte desses professores teria menos tempo de estudo do que seus alunos. (Fonte)

É importante entender que a verdade é uma só: cada um tem sua parcela de culpa nesse assunto. Mas, também é importante ressaltar que muitos políticos usam a educação como plataforma eleitoral sem nunca fazerem absolutamente nada por ela. O próprio presidente Lula é um desses políticos. Somente agora, quase ao final de seu segundo mandato, uma alma caridosa o influenciou para que corrigisse esse problema dos professores leigos e mal qualificados. O que deveria ter sido feito nos primeiros dias de governo; vem quase num estertor final e somente após ter-se constatado o caos total e a situação de colapso iminente que se abate sobre a educação pública brasileira.

Escolas ou Presídios?

Enquanto o presidente Lula afirma que a classe média é a culpada pela má qualidade do ensino, os políticos determinam que crianças de oito a dez anos leiam livros com a singela mensagem “não ame ninguém. Estupre”.

Enquanto professores se debatem, atolados no corporativismo sindical burro e não conseguem perceber que uma depuração da classe é necessária para que ela seja valorizada; crianças devem entender frases como estas: “tome drogas, pois é sempre aconselhável ver o panorama do alto” e “Odeie. Assim, por esporte”. Presentes em livros que são “indicados” para a sua educação pelos novos “estudiosos” da educação brasileira. (Fonte – G1)

Os mesmos estudiosos que, ao serem perguntados se não seria uma boa ideia retornar com as antigas aulas de moral e cívica para o currículo escolar, afirmaram que isso “era coisa da ditadura e coisa ultrapassada”. Como se ensinar noções de ética, civismo e de organização política e social (como funciona o sistema político, as formas de cobrança e como exercer a cidadania) fosse algo reservado as escolas ditatoriais. Mas recomendar livros com as expressões “altamente educativas” já mencionadas e imagens de alto apelo erótico ou de violência gratuita é o “supra-sumo da pedagogia contemporânea” e algo baseado no mais puro “espírito democrático”.

Essas vozes do “modernismo contemporâneo” são as mesmas que se levantam para criticar a lei que determinou a volta do Hino Nacional e do hasteamento da Bandeira Nacional, uma vez por semana, no Rio de Janeiro. Para eles é uma “violência” e “um erro” fazer as crianças cantarem o Hino Nacional. Mas, para os mesmos “pedagogos de grande experiência e saber elevado”, não é um absurdo que as mesmas crianças cheguem a maioridade sem conhecer a letra e o significado do Hino de seu próprio país. Além disso, pergunte aos alunos das escolas públicas sobre os nomes dos homens e mulheres que construíram nossa nação com sangue e sacrifício. Pergunte sobre Ana Neri; sobre João Cândido (o Almirante Negro); sobre Tiradentes ou Luís Lopes – O Corneteiro de Pirajá  (um  corneteiro do nascente “exército brasileiro” e o verdadeiro responsável pela vitória definitiva do Brasil, em sua busca por independência, e que é desconhecido por todos os estudantes das escolas públicas*).

O Ensino Nas Escolas Públicas

É claro que cantar o Hino Nacional e se perfilar uma vez por semana não vai salvar ninguém de ser um “zumbi intelectual”. Mas é importante entender que o caminho que vínhamos trilhando é errado e perigoso. As próprias agências internacionais demonstram que o Brasil pode chegar a ser um dos cinco países mais importantes e evoluídos do planeta em trinta anos (o que é pouco tempo em matéria de evolução intelectual de uma nação). No entanto, para que isso se transforme numa realidade, a educação e o ensino de nossas crianças e nossos jovens deve mudar completamente.

A hipocrisia, o corporativismo, a ganância e a leniência; tanto das famílias como dos professores e dos políticos deve acabar e serem combatidas ferozmente por todos os que pensam em um pais melhor e numa juventude mais capaz.

Enquanto nos preocupamos em reservar vagas para negros e pessoas oriundas das escolas públicas, como uma forma clara de mascarar o real problema atrás de questões raciais que não são determinantes e de um falsa “severidade” dos vestibulares das grandes universidades; continuaremos a negar o real problema que está por trás da exclusão e da discriminação de uma gama enorme da população brasileira (negra, branca e mestiça) que é obrigada a permanecer no obscurantismo intelectual e na eterna servidão da miséria, da pobreza absoluta e do subemprego; apenas para que grupos interessados em afirmarem seus pontos de vista equivocados consigam o destaque que tanto desejam (e os polpudos recursos financeiros que anseiam).

As escolas são péssimas, os professores são desqualificados, mal qualificados ou desinteressados, os alunos se desinteressam por um sistema que os condena a exclusão eterna e as famílias fingem que tudo está bem graças a uma política irreal de avaliações fictícias e que promove notas completamente fantasiosas para os desempenhos, cada vez mais medíocres, dos alunos das escolas públicas brasileiras.

Enquanto os pais fingirem que educam, as escolas e os professores fingirem que ensinam e os políticos fingirem que se dedicam a educação de nossas crianças com seriedade, nosso país continuará sua caminhada medíocre e alegremente alienada rumo ao obscurantismo e a ocupar o lugar reservado aos ultrapassados e paranóicos vizinhos continentais que acham obra e fruto do “Imperialismo Estadunidense”, de uma guerra ocorrida há quase 200 anos ou do capitalismo voraz; todo o atraso e marasmo em que vivem.

“Um país se faz com homens e livros”. Uma frase simples, dita por um dos gênios de nossa cultura (Monteiro Lobato), e que encerra todos os “mistérios” para a construção de uma grande nação. Professores bem pagos, bem formados e bem treinados; alunos que utilizem as mais modernas técnicas e equipamentos para o aprendizado, além de um farto material de apoio (de qualidade); políticos realmente compromissados e atuantes e pais atentos, zelosos e interessados com a educação e a instrução de seus filhos; são a base em que a educação pública brasileira deve se apoiar para reerguer-se e tornar-se a fonte de redenção e de integração social que sempre deveria ter sido.

E você leitor, o que pensa disso.

******************

(*) Para garantir o filho que ficava no Brasil, ao retornar a Portugal dom João deixou aqui as guarnições portuguesas que vieram com ele em 1808. Proclamada a independência em 1822, na Bahia o general português Madeira de Mello – considerando o gesto uma traição a Portugal – decidiu resistir à emancipação.

O Brasil ainda não tinha uma força armada, e Portugal mantinha suas guarnições aqui. Para enfrentar o general Madeira de Mello, que contava com tropas veteranas em batalhas européias, dispúnhamos basicamente de alguns voluntários bisonhos, que nunca haviam recebido batismo de fogo. Os nossos veteranos eram poucos. Entre eles havia um corneteiro, Luís Lopes – um negro experiente em toques de comando. Mesmo assim, esse exército marchou para a Bahia, enfrentando as tropas portuguesas na batalha de Pirajá, disputada no Recôncavo Baiano. É óbvio que os portugueses levaram vantagem.

A batalha começou de manhã e durou o dia inteiro. Ao cair da tarde, o sol se punha atrás das linhas brasileiras, cegando os olhos do exército português. Um major – o oficial brasileiro mais graduado na linha de frente – avaliando ser inútil resistir aos portugueses, resolveu admitir a derrota, ordenando ao corneteiro Luis Lopes o toque de retirar. No entanto, em vez de tocar a retirada, ele dá o toque de avançar. Diante da vantagem que tinham, ao escutarem o toque de avançar – e sem poderem enxergar com nitidez as linhas brasileiras por causa do sol poente – os portugueses concluíram que nossas tropas estavam recebendo reforços, e então debandaram.

De derrota, a batalha de Pirajá se converteu em vitória em 2 de julho de 1823, data em que a guarnição portuguesa se rendeu aos brasileiros, seus filhos insurretos. (Fonte)

OBS: Artigo Recomendado:

Chega de Educação Progressista – Blog Periscópio.

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Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Visão Panorâmica. A reprodução só é permitida com autorização expressa do autor. Solicite através daqui:arthurius_maximus@visaopanoramica.com

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